Nessa entrevista a QUEM, o ator, que pensa bastante enquanto dá suas respostas na busca pelas palavras que melhor traduzam o que quer dizer, fala sobre o namoro de quase dois anos, a vontade de formar uma família, o início da carreira, o assédio das fãs, a cena de beijo em Daniel de Oliveira no filme “Cazuza – O Tempo Não Para” – no qual ele interpretou Serginho - e conta o motivo que o levou a se tornar vegano. Leia o que Eduardo respondeu sobre cada um desses assuntos:
Início da carreira
“Eu
estava no 2º ano do Ensino Médio e imitava os professores. Onde eu
estudava tinha muita gente ligada às artes, música e teatro. Umas
colegas de turma diziam ‘você tem talento, deveria fazer teatro’, mas
não dei muita bola. No terceiro ano prestei vestibular, não passei, no
ano seguinte fiz cursinho e não passei. Não estava muito a fim de
Arquitetura, então fiz um curso de teatro para ver se eu gostava. No
final o professor convidou algumas pessoas para produzir
profissionalmente a peça, e nesse meio tempo entrei para a CAL (Casa de
Artes de Laranjeiras). Fiz uma participação em ‘Carga Pesada’ (2003) e
no ano seguinte estreei em novelas em ‘Começar de Novo’”.
Apoio familiar
“Quando
escolhi essa profissão não teve nenhuma tempestade, mas meu pai virou e
falou: ‘tem que estudar, tem que ler muito e se dedicar. Não quero que
você vire um vagabundo’. Ele tinha medo que eu ficasse de papo pro ar.
Como nunca fui um malandrinho, ele acreditou em mim e me apoiou. Quando
fiquei sem trabalho, sem dinheiro, tive muito apoio da minha família.
Fiquei na casa da minha mãe no período que estive desempregado.”
Novela
Comédia ou drama? “(pensa). Gosto das duas coisas, tenho verve para as duas, transito bem entre os dois gêneros. Não sou um comediante, mas sou um ator que faz comédia. Acho que fiz mais drama.”
Assédio
“A
novela aproxima muito as pessoas, elas vêm falar comigo como se fossem
íntimas, acho muito legal. A fama não me deslumbra, não é o meu
objetivo. Há pessoas que gostam disso, que se satisfazem. Faz parte da
minha profissão, preciso disso também para ser reconhecido, então uso de
forma muito pragmática. Já chegou gente para falar comigo quando eu não
estava num bom dia. Não fui tão simpático como deveria, mas não tratei
mal.” JÁ CURTIU A QUEM NO FACEBOOK?
Beijo gay no filme “Cazuza”
“Não
teve dificuldade, e a possível reação do público nem me passou pela
cabeça. Era o meu trabalho, para mim não é um bicho de sete cabeças. Não
sou homossexual, sou hétero, era uma boca, e isso não me afetou em
nenhum momento. Era a boca do Daniel de Oliveira, não tive nojo, nem
fiquei constrangido. Era um sonho para mim fazer o filme, um divisor de
águas na minha vida, meu primeiro trabalho com aquelas dimensões de
alcance e de profissionais. Estava trabalhando com Sandra Werneck, Walther Carvalho, Andrea Beltrão, seria um pecado se eu tivesse receio, não poderia estar ali se tivesse algum tipo de trava para fazer o Serginho.”
Vegano
“Assisti
a uma palestra sobre poder da mente, física quântica e, em determinado
ponto, o palestrante disse que o homem do terceiro milênio não comeria
mais os animais, pois hoje em dia a indústria agropecuária causa muito
sofrimento a eles. Como sempre gostei de animais, decidi não comer mais o
que vinha deles. Umas amigas me indicaram o filme ‘A carne é fraca’,
tem no Youtube. Além do sofrimento dos animais, há um dano ambiental que
você não faz ideia. As queimadas na Amazônia poluem mais que todos os
veículos do mundo juntos, e 90% das queimadas lá são para criação de
gado. Não posso contribuir com essa destruição toda, não posso
contribuir com esse comércio. Fora os malefícios que isso causa para a
saúde, que não sabemos quais são, ao ingerir carne de frango e de porco,
por exemplo,com essa quantidade de anabolizantes e remédios. A criação
de Chester então, é demoníaco, é absurdo. Não tenho mais estômago, não
desce, olho para uma carne e me trava a garganta. Daí decidi não comer
animais. Não uso couro, dei roupas,sapatos e carteiras de couro, doei
tudo para o Instituto de Defesa dos Animais do Rio, para arrecadarem
fundos em bazares.”
Aparência mais jovem
“As
pessoas sempre ficam surpresas (ao saberem que ele tem 31 anos), muito
(risos). É relativo (pensa). Até agora não tem me atrapalhado, não pego
personagem que tem aparência de mais velho, mas pego o que tem minha
aparência. Para o Vicente eu queria ter um aspecto de mais idade. Mas
não tem atrapalhado. Uma hora vou parecer velho. Quando tiver 40 vou
parecer 30, não tem jeito.”
Vaidade
“Sou
vaidoso sim, gosto de me cuidar. Agora dei uma relaxada, estou sem
fazer exercício há quase um ano, isso me incomoda, pois vejo meu corpo
fora de forma. Isso pela aparência, de olhar no espelho e pensar ‘olha,
que barriga’. É uma questão de autoestima, de não estar me amando. E
gosto de me vestir bem.”
Casamento?
“Tenho
planos de casar com ela, mas não agora. Conversamos seriamente sobre
isso. Achamos que não é o momento ainda, precisamos sedimentar algumas
coisas na profissão e na relação. Filhos eu quero, mas mais para a
frente ainda, ela já tem um filho. O Leo tem 5 anos e
me adora, treino ser amigo dele. A minha disposição para com ele é de
afeto, amizade, carinho. Fiz questão de ter essa postura, porque ele tem
pai muito presente na vida dele, um ótimo pai.”
Romantismo
“Eu
já fui mais romântico, hoje em dia... No começo do namoro, a gente é
mais. Mesmo assim mando mensagens pelo celular dizendo que amo, passo de
surpresa na casa dela ra jantar em um lugar legal. E levo o chocolate
que ela gosta".
Horas vagas
"Gosto
de ir ao teatro, sair para jantar com minha namorada, com amigos, ler.
Já escrevi versos e poesias para mim. Não tenho a menor vontade de virar
escritor ou poeta, sei que minha onda não é essa. E faço terapia há 3
anos por causa do sofrimento, angústia, neurose da existência, de não
estar conseguindo viver essa vida".
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